07/10/2008

a crise e o meu reino

Algo está podre no meu reino quando os afazeres são tantos que não me permitem vir aqui deixar um post, pôr um ovo, marcar a minha pegada na lama, a minha mão no cimento, a minha bandeira no topo do monte, a minha mija ao canto do sofá, a minha piada no balcão do café, o meu post-it na porta do frigorífico para quem chegar primeiro a casa.
A crise, a crise, a crise... Não me importava nada de não ter medo dela, de continuar a escrever sobre nada porque nada havia para dizer, em vez de ser por andar a fugir com o rabo à seringa.
Porra, anda uma gaja a esmifrar-se uma vida inteira, a privar-se de uma data de coisas, daquelas que já não voltarão a assomar à janela, a controlar o ponteiro da gasolina, a escolher os produtos de marca branca nos supermercados, a comprar tabaco em espanha, a comprar vernizes nos chineses, a cortar o cabelo em casa, a amar e detestar o cartão de crédito, a suportar um trabalho que roça a indignidade, para isto, para se abeirar dos 40 à beira de um ataque de nervos, para não dizer de pânico.
Fiz uma folha de cálculo e amldiçoei o Bill Gates por não fazer milagres com a matemática, por não ter implantado nas fórmulas a da mágica de multiplicar o dinheiro. Como é possível que as minha contas nem dêem resto zero, que teimem em dar resultados a vermelho?
Se alguém soubesse de um sítio para onde se pudesse fugir e me contasse o segredo...

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