14/10/2008

falências III

Uma das minhas melhores e mais caras amigas falava-me, à beira das lágrimas, de probabilidade de ter de entregar a casa onde vive à instituição bancária que a financiou por lhe ser incomportável pagá-la.
Foi ao que chegámos. A ter, ainda assim, a sorte de ter trabalho, de ter ordenado mais ou menos certo no final do mês, de não despirmos a camisola pela qual corremos há muitos, muitos anos, de virmos todos os dias, mesmo nos de mais intensa trovoada e desespero, trabalhar, e vermo-nos nesta situação de ruptura anunciada, de dias contados, de medo, de desalento.
Como esta minha amiga há milhares de pessoas. Pior do que ela haverá muitas mais. Olhamos em volta e não vemos para onde seguir.
Faliu a confiança em dias melhores? Faliu a esperança? Os sorrisos? A coragem? A resistência?

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