24/10/2008

gap

A minha mãe, que sempre primou pelo politicamente correcto, pela tolerância, por pôr água na fervura e por outras muletas similares, perguntava-me, há dias, como me corre a vida amorosa. Respondi-lhe que corre bem, que há sempre coisas de que não gostamos, que há sempre contrariedades, mas enfim, que já se sabe que não há príncipes perfeitos nem nas histórias de encantar, a mim, pelo menos, enfadam-me de morte.
Para começar, deve ter estranhado que eu tenha respondido tanto. Depois disse-me: "Tens de ter paciência, filha. Uma pessoa para se dar bem com outra, tem que calar muitas coisas, tem que engolir muitos sapos."
Somos mulheres diferente, de gerações diferentes, com posturas diferentes, com perspectivas diferentes, com passados diferentes. Por isso não lhe disse: "Para se dar bem com outra... e para uma pessoa se dar bem consigo mesma, o que tem de fazer?"

Sem comentários: