13/11/2008

a corda esticada

Ela ia falando comigo. Que estava frustrada. E infeliz. E zangada. E ia expondo-me as suas razões. As suas expectativas goradas. Os sonhos arrasados. O caminho para onde se sentia empurrada sem que o quisesse seguir. Ia-me dando exemplos enquanto engolia as lágrimas que o orgulho se esforçava por esconder. Ia alternando entre a voz baixa e grave e a tremida, contida.
Horas depois, eu estava com medo deste cocktail explosivo que é uma mulher frustrada, infeliz e zangada. Nunca é bom prenúncio e temo por ela.

1 comentário:

Anónimo disse...

de forma alguma. encontram os pratos mais bonitos para servirem frio o amargo e venenoso prato da vingança. coisa feia, a vingança, mas mulher é assim mesmo. como as entendo...

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