14/11/2008

rosa chá

Há tempos ofereceram-me uma caneca. Toda giraça. Com uma quadra do Fernando Pessoa impressa. A caneca onde bebo o meu chá de velha solitária, daquelas que têm gatos por companhia, daquelas rezingonas, que ninguém atura. A não ser os gatos.
Eu tenho esta mania chata de ver significados nas coisas todas. Sei lá, tenho a mania que não se dá ponto sem nó. Hoje, a olhar de esguelha para a caneca, percebi, poderia dizer que se fez luz, mas na verdade ficou foi tudo ainda mais escuro.
O Fernando Pessoa escreveu e a mim ofereceram-me. A mim.

O moinho de café
mói grãos e faz deles pó
o pó que a minha alma é
moeu quem me deixa só

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