27/11/2008

ebenezer scrooge

Ainda sugeri à minha filha "E se não fizéssemos árvore de natal este ano?". Mas ao mesmo tempo que me respondia que nem pensasse nisso, apercebia-me de como estava a ser egoísta.
O natal deprime-me. A música de fundo nos centros comerciais irrita-me. Os pais natal pendurados nas janelas desde outubro exasperam-me. As compras de natal são um stress. Mas isso é agora, já gostei, assim como a minha filha gosta.
Tenho de fazer árvore de natal, não me escapo dessa. Aliás, tenho de fazer duas, a dos meus pais também, também desta não me escapo. Mas a minha desmancho-a assim que posso, como o ano passado, em que a desmanchei no próprio dia de natal, antes de me deitar.
Antes era bom. Iamos todos para casa dos meus avós, comíamos, ríamos, falávamos pelos cotovelos. Depois tornou-se impessoal. Famílias que não são as nossas, filhos que saltitam entre a casa da mãe e a casa do pai, falta de paciência e olhares furtivos para o relógio a ver se ainda falta muito para tudo acabar.
Hoje comprei os meus primeiros três presentes, todos eles para gente de quem gosto muito, valha-me isso, mas dispensava os sininhos e os barretes de natal.
Só o amor à minha filha e aos meus pais me podiam fazer passar por isto com um sorriso, ainda que mal arranjado, nos lábios.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo, e nestes momentos agradeço por não ter filhos. Detesto o Natal. O Natal é feio para quem não tem dinheiro, para quem não tem familia, para quem se sente só...